terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Em negociação, PMs grevistas conseguem entrada de mantimentos e remédio

Familiares e PMs protestam do lado de fora da Assembleia Os policiais militares grevistas conseguiram em negociação na madrugada desta terça-feira (7) a liberação da entrada de pão, água, medicamentos e material de higiene na Assembleia Legislativa, onde eles estão acampados desde o início do movimento no dia 31 de janeiro. Os produtos foram entregues nesta manhã.


De acordo com o tenente-coronel Mário Cunha, porta-voz da 6ª Região do Exército, os grevistas argumentaram que ainda há crianças no acampamento e que elas precisavam se alimentar e fazer a higiene. Nesta manhã, os grevistas e o governo voltam a negociar em encontro na residência episcopal, na Federação. A reunião é intermediada pelo arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, que desde segunda colabora com o diálogo entre grevistas e governo. Nesta segunda, o Ministério Público do Estado (MP) determinou a retirada de crianças e adolescentes do local.

Durante a noite, algumas mulheres e sete crianças deixaram o acampamento. Um policial também abandonou o acampamento nesta madrugada e outro nesta manhã. Eles foram liberados após confirmar que não tinha mandados de prisão em seus nomes. Anistia - O governador Jaques Wagner falou pela primeira vez nesta terça em não punir os policiais grevistas. "Não tenho o ímpeto de punir aqueles que participaram pacificamente da greve, mas aqueles que violentaram a lei e depredaram o patrimônio terão que ser punidos", disse Wagner em entrevista a uma emissora de televisão. Os PMs grevistas já tinham enviado para o governo uma contra-proposta pedindo o pagamento da Gratificação de Atividade Policial (GAP) de nível 4 e a anistia administrativa dos policiais que participam do movimento, mas eles aceitam a punição para os PMs que realizaram atos ilícitos, desde que comprovado. Wagner também argumenta que não pode pagar a GAP 4 em 2012 por conta do limite orçamentário.

De acordo com ele, o pagamento tem que ser partilhado ao longo de 2013 até 2015. Invasão - O tenente-coronel Márcio Cunha nega que as Tropas Federais pretendem invadir a Assembleia. "É meramente boato. Nossa estratégia é manter a comunicação e tentar vencer pelo cansaço", explica. Com o cerco da força tarefa das Tropas Federais, os grevistas acampados se comunicam com os policiais que estão do lado de fora do Assembleia através de gritos. Nesta manhã, os amotinados cantaram o Hino da PM e oraram simultaneamente com os PMs e familiares que estão do lado de fora, demonstrando que a ação dos dois grupos é articulada. Reforço - O comando do Exército anunciou nesta manhã que o efetivo empregado nesta ação foi ampliado para 1.038 homens. Inicialmente, nesta segunda, 600 militares do Exército participavam da força tarefa, que também tem apoio das Companhias Especializadas da PM, da Força Nacional e da Polícia Federal.
Os oficiais da PM anunciaram nesta madrugada apoio aos colegas grevistas. Acesso - Os funcionários dos órgãos instalados no Centro Administrativo da Bahia (CAB) tiveram o acesso liberado nesta terça. É possível transitar pela região de carro ou a pé. Para isso, eles precisam apresentar crachá ou outra identificação funcional. Curiosidade - Esta sexta é aniversário do comandante da 6º Região, o general Gonçalves Dias, responsável pela tropa do Exército que participa da força tarefa de desocupação da Assembleia. Ele disse que seu "presente é comandar essa missão e criar novos amigos".

O deputado sargento Isidoro, um dos líderes dos PMs que acompanha a ação do lado de fora da Assembleia, leu dois versículos da Bíblia como presente para o comandante.

Por: 88 noticias
Com Informações:Da Redação e Maíra Azevedo Lúcio Távora | AG. A TARDE

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